quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Olhos Famintos 3 - A Catedral

        A cada 23 anos, ao longo de 23 dias, o monstro se alimenta de partes dos seres humanos. Com essa premissa, o diretor Victor Salva conseguiu criar um excelente terror de baixo orçamento em 2001, que se tornou um grande sucesso de bilheterias e catapultou a carreira de Justin Long, hoje em dia astro de alguns filmes de ação e até mesmo alguns de comédia. 
     Com o início de uma franquia de sucesso, ele realizou uma sequência em 2003 que era inferior ao original, mas ainda assim tinha seu charme e algumas cenas assustadoras, até acredito que poderia ter sido encerrado naquele filme, teria sido mais válido do que espera tanto tempo para ter uma trilogia completa com esse tipo de encerramento que não desapontou os fãs como de certa forma contribuiu para que outras pessoas não se interessassem em ver os antigos uma vez que ouviram falar tão mal do último . Ao longo dos últimos 12 anos de espera, sempre era especulado que o filme iria direto ao cinema, que séria em 3D, que seria isso e aquilo, cada vez mais expectativas eram criadas, cada vez mais aumentava a vontade de rever aquele monstro horripilante que devorava as pessoas sem medo e sem pena de ninguém. 
     Uma curiosidade não muito legal que poucos ou muitos sabem foi que em 1989, o diretor Victor Salva foi preso por ter molestado o astro mirim de 12 anos de seu primeiro filme, o terror ‘Palhaço Assassino‘ (Clownhouse). O diretor chegou a ser proibido de contratar atores pela União de Atores do British Columbia.
     Não sei se fui uma das poucas que notaram mais, de certa forma em uma das cenas, Salva não só trás a história o tema de pedofilia ( o que achei bem ousado), como ele de certa forma faz com que seja "justificado", em dado momento do filme, um jovem fala:
“Você pode culpar o padastro dela? Quero dizer, olhe para ela. O coração quer o que o coração quer, não é mesmo?”
   Mas não vamos julgar ainda o filme, teve duas cenas que gostei bastante ( também não podemos só falar mal né?), a cena inicial é muito bem elaborada, me fez crer que o filme seria maravilhoso, o que não chegou nem perto de ser. Acredito que para ter um bom filme seja necessário ao menos três coisas:

# Boa História
#Boa direção
# Bom elenco. 

No caso de olhos famintos 3, temos uma história batida que junta elementos sobrenatural, como um carro que tem poderes e vontades próprias do qual desculpem, mas eu tive que rir, temos um diretor mais perdido que os atores, falando em atores, não tem nem o que ser dito, Justin Long antes um novato , hoje em dia seria luxo se ao menos tivesse optado por atores com futuro promissores como ele, o que não foi o caso, enfim a produção decepciona não valendo a pena a longa espera de 12 anos.

       

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Better Watch Out

           Uma noite antes do Natal, Deandra (Virginia Madsen) e Robert (Patrick Warburton) saem e deixam seu filho de 12 anos, Luke (Levi Miller), com a jovem babá Ashley (Olivia DeJonge), afinal a casa da família fica numa rua calma de subúrbio, num bairro considerado seguro. O menino logo tenta conquistar o amor da babá até que eles se deparam com estranhos invadindo a casa. O acontecimento está longe de ser uma invasão de domicílio normal. Caso esteja se perguntando de onde conhece a adorável Ashley do filme, é a mesma atriz do bem falado " A visita" de 2015, já o menino que dá vida ao personagem Luke, deve ser mais conhecido por vocês, esteve atuando na extinta série Terra Nova, no filme Peter Pan e em SuperGirl como participação especial. 
          Vamos do começo, quando fui ver esse filme ele estava ofertado como um filme de suspense barra terror, porém fazendo algumas pesquisas eu vi em alguns sites especializados informando que o filme se tratava de um genero trash com um pouco mais de comedia no meio, talvez se eu tivesse lido isso antes, acredito que estaria mais bem preparada eu diria para o que vi. 
       (Com Spoilers) No começo vemos o jovem Luke devoto e apaixonado pela sua querida e bela babá Ashley, a mesma esta indo embora e essa é sua última noite que por sinal é a vespéra de Natal, tudo esta indo bem quando Luke começa realiza algumas investidas nela, o problema é que além dele ter doze anos de idade, o que só por isso já seria um enorme problema, Ashley apenas o vê como um menino, ela tem seus próprios relacionamentos enrolados com dois meninos diferentes, um deles que não aceita que ela precisa ir embora da cidade para crescer profissionalmente e o outro que espalhou para a cidade toda que transou com ela, algo que no decorrer do filme descobrimos que nunca aconteceu.
         Começa do nada um assédio seguido de perseguição em cima dos dois, um estranho de capuz, vestido de preto e armado invade a casa, começa um enorme jogo de gato e rato, o que devo dizer achei fascinante, me deu realmente a sensação de estar dentro do filme, adorei os momentos em que ela é ágil, pensa friamente no que fazer, onde deve ir, de que forma se esconder, achei realmente que tinha um grande filme de suspense pela frente, apesar de não um elenco muito conhecido ou mesmo uma direção muito eficiente, só por esses takes já fiquei feliz mas como alegria de pobre dura pouco, logo nos deparamos com a primeira reveção: O Luke sim ele mesmo, um moleque de doze anos e o amigo Garret  ( do qual não gostei em nada da atuação nem achei que seu personagem acrescentou nada) estavam armando isso tudo, para que ela se desesperasse o jovem Jedi ( opa perai) fosse lá e a salvasse, imaginação de criança mas não é isso que o menino é?
          Só que tudo muda de figura de novo, quando o menino se transforma em um psicopata maluco, sarcástico, metódico, abusado, por muitas vezes insano e até mesmo irritante e acreditem é pouco o que estou dizendo. Ele amarra a menina, faz jogos idiotas de criança como pega no seio da jovem, trazer o ex namorado para mata-lo, o detalhe mais bizarro são as músicas de natal tocando no desenrola do filme, entendi até a ideia de manter em evidencia o espirito natalino mas não precisava exagerar, tem momentos em que nos assustamos com os bonecos em formato de papai noel, tem um coral cantando músicas de natal, até mesmo a Ashley chega um momento que é amarrada com pisca pisca de natal acho que ficou bem fixado a data que estavam.
        O filme se desenvolveu bem, se não fosse pelo fato de não ter final, ser aquele tipo sugestivo, não ter a reviravolta que esperei durante essa uma hora e vinte e oito minutos, por que não esticou um pouco mais o filme e fez um final decente? O motivo nunca saberemos mas sempre ficarei com a sensação de que o filme não foi o que poderia ter sido.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Planeta dos Macacos mais modernos?

       Não é de hoje que o cinema tenta aprimorar cada vez mais a experiência dos espectadores no cinema, trazendo sempre que possível a fatores sensoriais para que possamos sentir, ouvir e entra cada vez no mundo de fantasia que nos é apresentado. 
       O 20th Century Fox Innovation Lab está desenvolvendo uma experiência em realidade virtual baseada na franquia Planeta dos Macacos (via Variety).
A novidade foi divulgada durante um evento de imprensa em Las Vegas, com uma demo mostrando como os usuários poderão fazer o papel de um macaco e enfrentar outro. A apresentação foi feita em um Oculus Rift, mas é esperado que o material seja disponibilizado também em outras plataformas.
O título não foi revelado e, apesar da experiência não ser baseada diretamente em Planeta dos Macacos: A Guerra, próximo filme da franquia que chega aos cinemas, a Fox pode aproveitar a data para lançar a novidade.
O novo filme tem lançamento previsto para 13 de julho de 2017.
    Não que seja uma ideia ruim, mas prefiro não criar grandes expectativas para o desenvolver do longa, não gostei muito do anterior, ainda acredito que o com James Franco tenha sido o nível mais alto tanto de produção quanto de aceitação sendo assim só nos resta espera e acredita que o filme será muito bom ou se não for muito espero que apenas seja bom.


domingo, 8 de maio de 2016

Novas series, novos vícios

        Novidades fresquinhas de novas séries no pedaço, se você assim como grande maioria dos leitores do Cinenews é também viciada em novas produções vai adorar a quantidade que esta chegando nas telinhas nesse ano de 2016, mais abaixo uma pequena listinha do que vem por ai:



Lista das #NovasSéries do mês de Abril de 2016:
01. Two Doors Down – BBC Two;
02. Wynonna Earp – SyFy;
03. The Ranch – Netflix;
04. The Durrells – iTV;
05. Marcella – iTV;
06. The Girlfriend Experience – Starz;
07. Dice – Showtime;
08. The Detour – TBS;
09. Hunters – SyFy;
10. Game of Silence – NBC;
 11. The Five – Sky1;
12. Containment – CW.

sábado, 1 de agosto de 2015

SCREAM

          A série é baseada na franquia de terror “Pânico” que já assustou muita gente no final dos anos 90 e início dos 2000. No episódio piloto dá pra sentir que a série mantém a mesma vibe do filme com assassinatos acontecendo entre um grupo de jovens estudantes onde todos são suspeitos de serem o assassino por detrás da máscara assustadora.

        A trama tem seu início com a morte de Nina Patterson (Bella Thorne), logo apó o vídeo de Aubrey Jensen (Bex Taylor-Klaus) pegando uma menina ir parar na internet. Ao longo do capítulo, a garota tem que lidar com a zoação dos colegas na escola, que ficam chocados ao saberem da morte de Nina. Tem também festa, pegação e suspense com o mascarado aterrorizando suas vítimas com ligações misteriosas. Se você acha que estará vendo uma releitura do filme dos nos 90 apenas esqueça, veja a série com outros pensamentos, não se trata de uma série ruim apenas  precisa soar muito a camisa para transforma-la em algo novo e diferente.
         O elenco é extremamente fraco, gostei muito da Bex taylor que ja tinha visto em outras séries ( como Arrow) mas ainda sim falta algo pra encorpa a história, talvez seja Kevin williamson  e o cineasta Wes ( amo) Craven que até tem o crédito de produtor executivo mas aparentemente é só isso. A MTV não é bem conhecida pela sua qualidade em series mas não podemos deixar passar batido sem dar um chance. Só vi o episódio piloto ficou bem claro como fazem autoreferências a músicas, series de tv, artistas o que nos mostra o lado modernizado da coisa, ate ousaram mudar a mascara do assassino, ele age pela internet tambem ( CSI Cyber? OI?) mas não basta se moderno sem reinventa formas de suspense e de criar como uma teia a atenção das pessoas que estão cansadas dos mesmos.
     São atualizações da autoreferência para o mundo das séries de TV: no primeiro momento, o professor cita exemplos de como o Gótico está presente nos seriados (The Walking Dead,Hannibal, Bates Motel, American Horror Story – imagino que citar o máximo de programas possível dará um charme a mais ao longo da temporada) e, quando alguém tenta comparar com filmes como Halloween, Noah vai direto na dificuldade que Scream terá pela frente.
         Emma até então parece ser a protagonista da serie, mas quem mais me chama atenção é Nerd da escola Noah, em dado momento ele dar uma explicação fabulosa sobre filmes de terror fazer com que o espectador se importe com os personagens e seus dramas, e menos com reviravoltas e mortes. “Você torce por eles, pra quando forem brutalmente assassinados, isso doa”. Daí a escolha em matar apenas o casal no início do piloto, e mais ninguém. É esta complicação que temos que esperar pra ver como se desenvolve: não se pode matar todos de uma vez, mas por quanto tempo dá pra sustentar, sem perdermos a paciência, o suspense de um personagem sozinho em determinado lugar, na presença de um serial killer mascarado, e não ser assassinado?
          Não desistirei de Scream apesar de estar muito envolvida com outras séries mas não posso dizer que é o tipo que te prende, que te atrai, é algo para se ver no fim de noite, quando não se tem muita opção talvez um clássico dos anos 90 devesse apenas permanecer lá nos anos 90 porque assim como muitas vezes não se tem tempo para antiguidades cinematográficas hoje em dia, as obras clássicas também nao podem ser expostas a tamanha modernidade sem perder sua essência.
           

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Personalidades - Mark Rufallo


               Mark Alan Ruffalo (Kenosha, 22 de novembro de 1967) é um ator, cineasta, produtor e roteirista norte-americano, mais conhecido pelo papel de Bruce Banner / Hulk em The Avengers (br: Os Vingadores), além de outros filmes como You Can Count on Me (br: Conte Comigo), Eternal Sunshine of the Spotless Mind (br: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças), Just Like Heaven (br: E Se Fosse Verdade), Zodiac (br: Zodíaco), Shutter Island (br: Ilha do Medo) e Now You See Me (br: Truque de Mestre). 13 Going on 30 (br: De Repente 30) Foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante em 2011 pelo filme The Kids Are All Right (br: Minhas Mães e Meu Pai).
De ascendência ítalo-franco-canadense, nasceu na cidade industrial de Kenosha, Wisconsin, é filho de Rose Marie, uma cabeleireira e estilista, e Frank Lawrence Ruffalo Jr., um pintor de casa. Ele tem duas irmãs, Tania e Nicole, e um irmão, Scott, falecido em 8 de dezembro de 2008. Mudou-se com sua família para Virgínia Beach, onde viveu quase toda a sua adolescência. Ao entrar para a universidade, mudou-se para San Diego, Califórnia, onde estava a um passo de Los Angeles, também na Califórnia, onde teve aulas no Conservatório Stella Adler e foi co-fundador do Orpheus Theatre Company. Ruffalo passou por praticamente todas as funções: atuou, escreveu, e produziu inúmeras montagens.
            Mesmo que seus trabalhos tivessem boas críticas, o ator ainda não conseguia despertar a atenção da indústria de televisão ou mesmo o cinema. Por isso, para bancar suas dívidas, ele teve de arrumar um outro emprego como bartender. Foram quase nove anos atrás de um balcão e, durante esse tempo, teve várias pequenas participações em produções sem expressão.
         
Mark estava prestes a desistir de tudo, quando foi procurado pelo autor de Teatro Kenneth Lonergan, e estreou na montagem "This Is Our Youth", na Off-Broadway. Fazendo o papel principal, ele recebeu inúmeros prêmios e uma luz se acendeu. Teve seu talento reconhecido pelo grande público apenas no ano de 2000, com o filme independente "Conta comigo" (You can count on me ), tendo como diretor Lonergan, e tendo também Laura Linney no elenco. Desde então, Mark tem sido visto em produções mais grandiosas, mas sem deixar de lado o cinema independente, sua grande paixão. O ator também é reconhecido por sua trajetória teatral. Mais recentemente, já em 2006, foi indicado ao prêmio Tony por sua atuação em Awake and Sing (da autoria de Clifford Odets), que teve imenso sucesso na Broadway. Mark está no elenco do filme Os Vingadores como o super-herói Hulk/Bruce Banner que estreou nos Estados Unidos em 4 de Maio de 2012. E está contratado para dar vida ao herói em mais cinco filmes da Marvel.
Em 2002, Ruffalo foi diagnosticado com um tumor cerebral e submetido a cirurgia, o que resultou em um período de paralisia facial parcial, embora o tumor encontrado fosse benigno. Ele se recuperou totalmente da paralisia e regressou à boa saúde.
Em 29 de setembro de 2014, Mark Ruffalo retirou seu apoio ao candidato presidente do Brasil, Marina Silva por causa das mudanças feitas pelo seu partido sobre o programa do governo a respeito da causa LGBT. retirou seu apoio a Marina, após "tomar conhecimento" de que é contra o casamento gay e os direitos reprodutivos da mulher.

Mark me chama atenção desde o "Ensaio sobre a Cegueira", desde então vejo todo e qualquer filme que o tenha no elenco. Um dos últimos que vi foi "The Normal Heart" que não sei bem se já chegou ao Brasil, na cena acima como podem ver ele vive um personagem Homossexual que embarca em uma viagem onde todos passageiros são gays, porem começam a desencadear os primeiros sintomas de HIV, trazendo a tona toda a realidade escondida ate então pela medicina. O que mais gosto nele é o fato de se arriscar em produções tão diferentes e ao mesmo tempo manter o mesmo foco de interpretação algo pra poucos, que bom que ele é um desses poucos.

O Mordomo Da Casa Branca

                                         
                O pequeno Cecil Gaines causou a morte do pai nos anos 1920 e viu sua mãe enlouquecer. Daí em diante, mudou sua maneira de agir, como se tivesse entendido o mundo dos brancos: "Sobrevivemos nele", dizia o pai. Mais tarde, já dominando a "arte" de ser invisível, de se antecipar ao que "eles" querem e, principalmente, ter duas caras, o jovem que aprendeu a servir na "casa grande", torna-se o mordomo oficial do presidente dos Estados Unidos e por lá fica durante mais de 30 anos. Mas ser tão obediente na Casa Branca trouxe consequências na casa do negro.
                A trama se baseia livremente na história de Eugene Allen, mordomo negro que serviu presidentes na Casa Branca de 1952 a 1986. Embora utilize como base uma reportagem publicada no jornal Washington Post  em 2008, o filme muda o nome do mordomo e ficcionaliza passagens de sua vida. Allen não cresceu num campo de colheita de algodão no Sul nem teve um filho Black Panther, como o filme mostra, mas de fato ganhou uma gravata de Jacqueline Kennedy e foi convidado pelos Reagan a um jantar oficial na Casa Branca.
               E temos Oprah... Afinal, não tem como falar de O Mordomo sem falar dela, figura onipresente em toda a divulgação do filme, razão por trás de todo o burburinho, com histórias sobre como sofreu e ainda sofre racismo, e que segundo "especialistas" já está com a mão em seu primeiro O
scar. Uma pena que não tenha levado anos atrás por A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985). Aparentemente ela tinha alguma história mais interessante, mas como não lutava pelos direitos dos negros, nem trabalhava na casa branca, só recebemos pequenos lampejos de seu alcoolismo, ou de qualquer desvio, quando seu destino é cruzado com o dos homens. Caso clássico de personagem feminino que vive as margens dos masculinos, porem vi muita coisa de especial na interpretação, ela esta livre e sendo sincera em suas lagrimas, dizeres, força...
              Lee Daniels pega pesado e confesso que gosto disso. Com Preciosa (2009) fez litros de lágrimas jorrarem dos olhos de plateias do mundo todo ao contar a história da menina negra, pobre, obesa, abusada e grávida de seu segundo filho. Agora com O Mordomo da Casa Branca, carrega igualmente nas tintas, mas sem o mesmo brilho e vigor.
Assim, o trio formado por Forest Whitaker, Oprah Winfrey e David Oyelowo sustenta o longa durante toda a projeção. Forest Whitaker está extraordinário no retrato do protagonista ao longo de décadas, uma interpretação repleta de consciência corporal e, ao mesmo tempo, singela em pequenos sinais que revelam por completo a personalidade de um homem cheio de dignidade e com um senso de responsabilidade incomensurável. Whitaker é a grande razão do filme existir e faz por onde através de um desempenho cortante e profundamente dedicado, sem soar over em momentos cruciais, como nas passagens em que o personagem alcança uma certa idade ou nas discussões que trava com o filho Louis. Igualmente marcante é a interpretação de Oprah Winfrey, mostrando que os anos longe do cinema não enferrujaram seu talento para as artes dramáticas. Como Gloria, Oprah nos apresenta uma mulher dedicada à família, ao casamento e que passa a desenvolver uma carência afetiva a partir do momento em que Gaines começa a trabalhar na Casa Branca. A solidão de Gloria é compensada com muito cigarro e, principalmente, bebida. O mais exitoso na performance de Winfrey é que ela administra com muita sutileza o drama da sua personagem, evitando o estereótipo da mulher alcoólatra e queixosa com o marido. Por fim, David Oyelowo tem algumas das melhores cenas do longa com Whitaker, carregando em sua expressão uma revolta crescente à discriminação e estado de segregação racial no país. Louis é pura ideologia, tendo muito pouco tempo para preocupar-se com os sentimentos dos seus pais, algo que lhe vêm à consciência momentaneamente.

Nota 10